A resiliência é um conceito psicológico emprestado da Física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas e superar obstáculos diante de situações adversas - como choque e estresse - sem entrar em surto. No universo das ciências exatas, costuma identificar materiais que conseguem absorver impactos e pressões, sem entrar em colapso e adaptando-se às diferentes condições. Quando aplicada aos humanos, a resiliência é entendida ainda como uma tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto de conflito entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. É a capacidade de transformar a energia de um problema numa solução criativa. E seguir em frente.
Na vida de concurseiro é bastante comum passar por diversos desafios, dificuldades e reprovações. Muitos candidatos se abatem com a dor da derrota, ficam frustrados, e até desistem de fazer novos concursos. Observando isso a FOLHA DIRIGIDA Online conversou com a especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e Analista Quântica, Doutora Natália Guimarães, e com a autora do livro best seller “Sobreviver - Instinto de Vencedor”, Doutora Claudia Riecken - ambas especialistas no conceito psicológico da resiliência. Acompanhe a entrevista:
FOLHA DIRIGIDA - Sabe-se que, regra geral, passar em concurso público é um processo de médio, longo prazo, que exige prática e muita preparação. Raros são os casos de quem passa de primeira... Neste sentido, qual é a importância do cultivo da resiliência por parte dessas pessoas, que têm como foco conquistar uma vaga no serviço público?
Dra. Natália Guimarães - Durante nossas vidas muitas serão as situações que não conseguiremos “passar de primeira”. E são essas as grandes oportunidades para o treino e aquisição de maiores níveis de resiliência que oferecem possibilidades novas para a conquista dos nossos objetivos. Nesse caso, quando você comenta que estas pessoas têm um foco direcionado para a conquista de uma vaga, é importante que esta vontade sirva de incentivo para não desistir num primeiro obstáculo e sim observar as oportunidades de aprendizado que isso oferece, questionando a si mesmo o que e como se pode chegar lá. Mais disciplina? Mais entusiasmo? Mais autoconfiança? Aceitar que erros existem e que nem tudo ocorre como prevemos... Temos a capacidade de "sacudir a poeira" e prosperar com força extra. E isso precisa fazer parte deste processo.
Nessa linha de raciocínio, como um concurseiro deve trabalhar internamente as primeiras reprovações, que são praticamente inevitáveis? Como transformar essa ‘frustração’ em impulso para seguir em frente, sem esmorecer?
Dra. Natália Guimarães - Assim como as reprovações, as frustrações também são inevitáveis. Dessa forma, é importante que a pessoa se permita vivenciar este momento, sem negá-lo, aproveitando para entrar
em contato com as suas emoções, com o seu mundo sutil e recebê-lo bem. Enfrentar e superar esses momentos são os dois primeiros níveis da resiliência. Para transformar este evento, é preciso restaurar-se profundamente e prosperar fortalecido. Estes são os outros dois níveis, mais secretos, silenciosos e necessários para prosseguir, perseverando no seu desejo. Ao realizar esses níveis, o concurseiro será capaz de transformar esta energia de frustração numa energia estimulante, de força de vontade e foco no futuro, no seu objetivo maior, que é conquistar uma vaga no serviço público.
Manter-se ou não persistente e confiante pode mesmo fazer a diferença fundamental entre passar ou não, conseguir o sucesso ou não? Diria que o aspecto psicológico de confiança é quase tão importante quanto o conhecimento em si, adquirido nos estudos?
Dra. Natália Guimarães - Os dois aspectos andam lado a lado e se complementam, portanto, somente com a união das questões objetivas, como a organização e a dedicação aos estudos, com as questões subjetivas, o autoconhecimento, a força interna de superação e a autoestima é que a pessoa terá êxito. Quando unimos estas duas forças, conseguimos transcender a maioria dos obstáculos, uma vez que nos mantemos convictos de nossa capacidade e também autoconfiantes e seguros psicologicamente.
A capacidade de adaptar-se a mudanças e cenários adversos é apontada como uma das receitas para conquistar o sucesso, não só no momento da seleção (concurso), mas ao longo de toda a vida profissional. Poderia falar um pouco sobre isso? Na prática, qual a diferença entre uma pessoa que enfrenta as dificuldades e aquela que desanima diante delas? Como sua conduta (positiva ou negativa) podem contagiar (ou contaminar) todo o setor de uma empresa?
Dra. Natália Guimarães - Não só na vida profissional e sim em todos os contextos, a adaptação se faz necessária para conseguirmos atingir nossas metas. A flexibilidade entre o que eu sinto, o que eu quero e os fatores externos, os cenários adversos... Tudo isso faz com que eu consiga me adaptar de uma forma positiva em qualquer tipo de ambiente ou situação. Percebemos que uma pessoa que se conhece melhor, que gera conhecimento sobre si e seu funcionamento integrado, em todos os campos da vida, tem maior facilidade para assumir as dificuldades encontradas e buscar as soluções possíveis. Um exemplo em relação ao concurso são aquelas pessoas que se conhecem, sabem das suas capacidades, das suas qualidades, do seu esforço e aceitam a situação desfavorável como uma oportunidade para se olhar, se reerguer e seguir em busca do seu objetivo novamente, com pensamento firme em suas potências para conquistar o que almeja. Caso isso ocorra dentro de uma empresa, essa pessoa é aquela capaz de influenciar o grupo de forma positiva, acreditando no potencial e na qualidade de cada um para o sucesso do setor ou da organização... Já pessoas que não se conhecem profundamente tendem a ser negativistas e colocam esta responsabilidade e essa dificuldade para o meio, ou seja, a prova estava mal feita, o tempo era pequeno para o tanto de questões, a empresa não me ajuda, o chefe não acredita no meu potencial... Elas acabam esperando que a energia para a renovação venha do ambiente. São pessoas que provavelmente desistirão mais rápido dos seus objetivos. E ficarão no meio do caminho.
Gostaria de ouvir um depoimento pessoal seu. A partir de que momento, após a descoberta do poder transformador dessa mudança de postura, a senhora alterou seu comportamento diante das naturais adversidades da vida? Antes de tornar-se especialista no tema, chegou mesmo a sofrer com angústias e dificuldades de lidar com problemas?
Dra. Claudia Riecken - Uma história de que gosto de lembrar eu vivi no início da formação da minha família, quando as meninas eram bem pequenas. A situação me ensinou muito a olhar para além das circunstâncias imediatas. Tinha três bebês em casa, e uma crise financeira, numa época em que trabalhava dando aulas em universidades e na consultoria que tínhamos em família. Quando os obstáculos aparecem a ponto de parar você, há uma grande oportunidade de se reinventar. Li sobre Viktor Frankl, o médico judeu que inventou uma escola psicoterapêutica (mentalmente) enquanto esteve preso no campo de concentração. Coisas como imaginar o resultado depois da crise geram no subconsciente recursos como segurança, boa memória, boas ideias. Você atrai ajuda, ativa a intuição, se aproxima dos amados, da família... E, mais forte, tem mais sorte de fato. Conseguimos arrumar a casa, as contas e a prosperidade com a certeza estranha que íamos nos salvar. Os sobreviventes têm esta estranha certeza que irão conseguir, que vão chegar lá. Creio que esta passagem me fez observar que aprendemos a ser mais humildes, determinados e centrados nas coisas boas quando enfrentamos adversidades "neste tom".
Por fim, poderia deixar uma mensagem àqueles candidatos que, apesar do grande esforço nos estudos, ainda não conseguiram a sonhada aprovação? Neste caso, o que os ‘fracassos’ podem ensinar? Como, a partir das sucessivas reprovações, buscar novos caminhos, uma alternativa criativa, respostas que os levem à conquista da vaga?
Dra. Claudia Riecken - A chave está no autoconhecimento e no treino perseverante da própria resiliência. Quando olho para mim, consigo perceber o que está acontecendo e do que preciso para ir em frente. Primeiramente, posso buscar novas formas de estudar, que se encaixem melhor ao meu estilo. Algumas pessoas preferem estudar lendo apostilas, alguns preferem responder às provas anteriores do mesmo concurso, outros só conseguem compreender quando vão a uma aula presencial. Respeite seu estilo, pois ele é o melhor caminho até você! Ou seja, até para determinar meu método de estudo, preciso me conhecer, saber minhas preferências, prestar atenção em mim. Também é importante eu entrar em contato com as minhas emoções e entender melhor o que está acontecendo nas situações em que não tive êxito e o que preciso trabalhar para conseguir alcançar o que eu quero. É através das perguntas, junto com as respostas, que novas rotas se apresentarão, poderosas e reais, gerando novas possibilidades para seguir em frente. E vale lembrar: respire que é grátis, e observe suas tendências auto-derrotistas (reclamar, ter pena de si, indignar-se com o sistema, ter raiva...). Interrompa estes padrões. Você pode até querer influenciar mudanças no sistema - e talvez deva fazer isso! Mas, na hora de concursar, você precisa estar na sua melhor forma emocional e pessoal, acreditando em si, e sentido-se bem sobre você mesmo.
Na vida de concurseiro é bastante comum passar por diversos desafios, dificuldades e reprovações. Muitos candidatos se abatem com a dor da derrota, ficam frustrados, e até desistem de fazer novos concursos. Observando isso a FOLHA DIRIGIDA Online conversou com a especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e Analista Quântica, Doutora Natália Guimarães, e com a autora do livro best seller “Sobreviver - Instinto de Vencedor”, Doutora Claudia Riecken - ambas especialistas no conceito psicológico da resiliência. Acompanhe a entrevista:
FOLHA DIRIGIDA - Sabe-se que, regra geral, passar em concurso público é um processo de médio, longo prazo, que exige prática e muita preparação. Raros são os casos de quem passa de primeira... Neste sentido, qual é a importância do cultivo da resiliência por parte dessas pessoas, que têm como foco conquistar uma vaga no serviço público?
Dra. Natália Guimarães - Durante nossas vidas muitas serão as situações que não conseguiremos “passar de primeira”. E são essas as grandes oportunidades para o treino e aquisição de maiores níveis de resiliência que oferecem possibilidades novas para a conquista dos nossos objetivos. Nesse caso, quando você comenta que estas pessoas têm um foco direcionado para a conquista de uma vaga, é importante que esta vontade sirva de incentivo para não desistir num primeiro obstáculo e sim observar as oportunidades de aprendizado que isso oferece, questionando a si mesmo o que e como se pode chegar lá. Mais disciplina? Mais entusiasmo? Mais autoconfiança? Aceitar que erros existem e que nem tudo ocorre como prevemos... Temos a capacidade de "sacudir a poeira" e prosperar com força extra. E isso precisa fazer parte deste processo.
Nessa linha de raciocínio, como um concurseiro deve trabalhar internamente as primeiras reprovações, que são praticamente inevitáveis? Como transformar essa ‘frustração’ em impulso para seguir em frente, sem esmorecer?
Dra. Natália Guimarães - Assim como as reprovações, as frustrações também são inevitáveis. Dessa forma, é importante que a pessoa se permita vivenciar este momento, sem negá-lo, aproveitando para entrar
em contato com as suas emoções, com o seu mundo sutil e recebê-lo bem. Enfrentar e superar esses momentos são os dois primeiros níveis da resiliência. Para transformar este evento, é preciso restaurar-se profundamente e prosperar fortalecido. Estes são os outros dois níveis, mais secretos, silenciosos e necessários para prosseguir, perseverando no seu desejo. Ao realizar esses níveis, o concurseiro será capaz de transformar esta energia de frustração numa energia estimulante, de força de vontade e foco no futuro, no seu objetivo maior, que é conquistar uma vaga no serviço público.
Manter-se ou não persistente e confiante pode mesmo fazer a diferença fundamental entre passar ou não, conseguir o sucesso ou não? Diria que o aspecto psicológico de confiança é quase tão importante quanto o conhecimento em si, adquirido nos estudos?
Dra. Natália Guimarães - Os dois aspectos andam lado a lado e se complementam, portanto, somente com a união das questões objetivas, como a organização e a dedicação aos estudos, com as questões subjetivas, o autoconhecimento, a força interna de superação e a autoestima é que a pessoa terá êxito. Quando unimos estas duas forças, conseguimos transcender a maioria dos obstáculos, uma vez que nos mantemos convictos de nossa capacidade e também autoconfiantes e seguros psicologicamente.
A capacidade de adaptar-se a mudanças e cenários adversos é apontada como uma das receitas para conquistar o sucesso, não só no momento da seleção (concurso), mas ao longo de toda a vida profissional. Poderia falar um pouco sobre isso? Na prática, qual a diferença entre uma pessoa que enfrenta as dificuldades e aquela que desanima diante delas? Como sua conduta (positiva ou negativa) podem contagiar (ou contaminar) todo o setor de uma empresa?
Dra. Natália Guimarães - Não só na vida profissional e sim em todos os contextos, a adaptação se faz necessária para conseguirmos atingir nossas metas. A flexibilidade entre o que eu sinto, o que eu quero e os fatores externos, os cenários adversos... Tudo isso faz com que eu consiga me adaptar de uma forma positiva em qualquer tipo de ambiente ou situação. Percebemos que uma pessoa que se conhece melhor, que gera conhecimento sobre si e seu funcionamento integrado, em todos os campos da vida, tem maior facilidade para assumir as dificuldades encontradas e buscar as soluções possíveis. Um exemplo em relação ao concurso são aquelas pessoas que se conhecem, sabem das suas capacidades, das suas qualidades, do seu esforço e aceitam a situação desfavorável como uma oportunidade para se olhar, se reerguer e seguir em busca do seu objetivo novamente, com pensamento firme em suas potências para conquistar o que almeja. Caso isso ocorra dentro de uma empresa, essa pessoa é aquela capaz de influenciar o grupo de forma positiva, acreditando no potencial e na qualidade de cada um para o sucesso do setor ou da organização... Já pessoas que não se conhecem profundamente tendem a ser negativistas e colocam esta responsabilidade e essa dificuldade para o meio, ou seja, a prova estava mal feita, o tempo era pequeno para o tanto de questões, a empresa não me ajuda, o chefe não acredita no meu potencial... Elas acabam esperando que a energia para a renovação venha do ambiente. São pessoas que provavelmente desistirão mais rápido dos seus objetivos. E ficarão no meio do caminho.
Gostaria de ouvir um depoimento pessoal seu. A partir de que momento, após a descoberta do poder transformador dessa mudança de postura, a senhora alterou seu comportamento diante das naturais adversidades da vida? Antes de tornar-se especialista no tema, chegou mesmo a sofrer com angústias e dificuldades de lidar com problemas?
Dra. Claudia Riecken - Uma história de que gosto de lembrar eu vivi no início da formação da minha família, quando as meninas eram bem pequenas. A situação me ensinou muito a olhar para além das circunstâncias imediatas. Tinha três bebês em casa, e uma crise financeira, numa época em que trabalhava dando aulas em universidades e na consultoria que tínhamos em família. Quando os obstáculos aparecem a ponto de parar você, há uma grande oportunidade de se reinventar. Li sobre Viktor Frankl, o médico judeu que inventou uma escola psicoterapêutica (mentalmente) enquanto esteve preso no campo de concentração. Coisas como imaginar o resultado depois da crise geram no subconsciente recursos como segurança, boa memória, boas ideias. Você atrai ajuda, ativa a intuição, se aproxima dos amados, da família... E, mais forte, tem mais sorte de fato. Conseguimos arrumar a casa, as contas e a prosperidade com a certeza estranha que íamos nos salvar. Os sobreviventes têm esta estranha certeza que irão conseguir, que vão chegar lá. Creio que esta passagem me fez observar que aprendemos a ser mais humildes, determinados e centrados nas coisas boas quando enfrentamos adversidades "neste tom".
Por fim, poderia deixar uma mensagem àqueles candidatos que, apesar do grande esforço nos estudos, ainda não conseguiram a sonhada aprovação? Neste caso, o que os ‘fracassos’ podem ensinar? Como, a partir das sucessivas reprovações, buscar novos caminhos, uma alternativa criativa, respostas que os levem à conquista da vaga?
Dra. Claudia Riecken - A chave está no autoconhecimento e no treino perseverante da própria resiliência. Quando olho para mim, consigo perceber o que está acontecendo e do que preciso para ir em frente. Primeiramente, posso buscar novas formas de estudar, que se encaixem melhor ao meu estilo. Algumas pessoas preferem estudar lendo apostilas, alguns preferem responder às provas anteriores do mesmo concurso, outros só conseguem compreender quando vão a uma aula presencial. Respeite seu estilo, pois ele é o melhor caminho até você! Ou seja, até para determinar meu método de estudo, preciso me conhecer, saber minhas preferências, prestar atenção em mim. Também é importante eu entrar em contato com as minhas emoções e entender melhor o que está acontecendo nas situações em que não tive êxito e o que preciso trabalhar para conseguir alcançar o que eu quero. É através das perguntas, junto com as respostas, que novas rotas se apresentarão, poderosas e reais, gerando novas possibilidades para seguir em frente. E vale lembrar: respire que é grátis, e observe suas tendências auto-derrotistas (reclamar, ter pena de si, indignar-se com o sistema, ter raiva...). Interrompa estes padrões. Você pode até querer influenciar mudanças no sistema - e talvez deva fazer isso! Mas, na hora de concursar, você precisa estar na sua melhor forma emocional e pessoal, acreditando em si, e sentido-se bem sobre você mesmo.
Fonte: www.folhadirigida.com.br