Segundo os depoimentos prestados à Policia Civil e à Policia Federal, suas casas foram queimadas e as plantações de coco, mamão e macaxeira, devastadas com a ajuda de um trator de pneus. Mais 12 famílias empossadas pelo INCRA vivem o mesmo drama e com medo de morrer, tiveram que sair as pressas das terras.
- O antigo delegado esteve no local e constatou os fatos. Eles viram os rastos dos pneus do trator e também registraram as casas que foram queimadas com tudo dentro – conta o senhor Pedro Lima.
Ainda segundo o produtor, o gerente da fazenda mantém peões fortementes armados que fazem escoltas com motos durante todo o dia. O mais agravante é que o gerente da Fazenda, conta com o apoio de Policiais Militares que fora de seus plantões, ameaçam prisões a quem insistir em se manter nas terras.
- Nós temos os cartões de cadastramento dado pelo INCRA, não somos invasores, queremos trabalhar com a agricultura familiar. Muito me estranha à atitude de policiais militares possivelmente contratados para defender os donos da fazenda! – exclama Lima. O produtor mora há 54 anos em Manoel Urbano, é casado, tem 10 filhos e netos.
O caso já foi registrado na Corregedoria da Policia Militar do Acre. O senhor Antônio Gaúcho, veio a Rio Branco procurar ajuda. Segundo Gaúcho, o dono da fazenda mora em Recife e já garantiu enviar jagunços armados para resolver à parada.
- Esse Adriano quase me atropelou com sua moto. Colocou o pneu em minha perna e disse que ia me rolar de bala. Ele anda armado aterrorizando a gente, tem proteção da Policia Militar que foi ao e prometeu nos prender se caso não parássemos de trabalhar. O dono da Fazenda mandou um recado e disse que se os seus homens daqui não resolverem o problema, ele vai enviar reforço do Recife – acrescentou Gaúcho.
Gaúcho conta que nem mesmo a presença da Policia Federal que segundo o produtor, esteve no local, intimidou a ação do gerente da fazenda. Dona Rosilene da Silva, outra posseira, conta que Adriano toda vez que a ver, na zona urbana, cospe em sua cara. Depois de ouvir tiros disparados por Adriano, ela e o marido voltaram para a cidade.
- Meu marido trabalham em Santa Rosa do Purus para a gente tentar sobreviver. Não sei por que somente esse Adriano tem direito de tocar fogo nas casas se a gente não pode tocar fogo em um lixo em frente da Casa? – questiona da dona de casa.
O caso foi registrado na Policia Civil. O ac24horas esteve em Manoel Urbano e conversou com o novo delegado que apura os fatos. Antônio Carlos confirmou que existem vários procedimentos que veem sendo adotados nas apurações dos fatos. O investigador afirmou que a grilagem é o calcanhar de aquiles do município.
- Os casos mais complexos de investigações em Manoel Urbano estão ligados a grilagem de terras da união. A juíza vem dando ganho de causa para quem comprova com documentos que é posseiro do INCRA. Este caso específico tem minha atenção e será encaminhado para o Ministério Público – garantiu o delegado.
Com medo de morrer, os produtores querem a presença da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Como são a maioria acima de 65 anos, eles apelam para o Conselho do Idoso de Rio Branco para ajudarem a mover processos contra o gerente da fazenda São Paulo.
- Esse senhor Adriano não respeita a nossa idade. Vive ameaçando de morte e agindo de forma truculenta contra quem já deu de tudo pra vencer na vida. Queremos trabalhar e queremos justiça – concluiu Gaúcho.
Fonte:http://www.ac24horas.com/
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