terça-feira, 23 de agosto de 2011

Produtores sofrem com ameaças de morte na BR 364



           Os produtores rurais do Projeto Terra Legal, localizados no km 43 da BR 364, na Gleba Afluente, sentido Manoel Urbano/Feijó, têm sido perseguidos por capangas e policiais militares da região e ainda enfrentam a lentidão das investigações feitas pela Policia Civil e a Policia Federal. A denúncia foi feita pelos senhores Pedro Lima e Antônio Gaúcho, ambos foram ameaçados de morte pelo gerente da Fazenda São Paulo, identificado como Adriano.
          Segundo os depoimentos prestados à Policia Civil e à Policia Federal, suas casas foram queimadas e as plantações de coco, mamão e macaxeira, devastadas com a ajuda de um trator de pneus. Mais 12 famílias empossadas pelo INCRA vivem o mesmo drama e com medo de morrer, tiveram que sair as pressas das terras.
          - O antigo delegado esteve no local e constatou os fatos. Eles viram os rastos dos pneus do trator e também registraram as casas que foram queimadas com tudo dentro – conta o senhor Pedro Lima.
Ainda segundo o produtor, o gerente da fazenda mantém peões fortementes armados que fazem escoltas com motos durante todo o dia. O mais agravante é que o gerente da Fazenda, conta com o apoio de Policiais Militares que fora de seus plantões, ameaçam prisões a quem insistir em se manter nas terras.
          - Nós temos os cartões de cadastramento dado pelo INCRA, não somos invasores, queremos trabalhar com a agricultura familiar. Muito me estranha à atitude de policiais militares possivelmente contratados para defender os donos da fazenda! – exclama Lima. O produtor mora há 54 anos em Manoel Urbano, é casado, tem 10 filhos e netos.
           O caso já foi registrado na Corregedoria da Policia Militar do Acre. O senhor Antônio Gaúcho, veio a Rio Branco procurar ajuda. Segundo Gaúcho, o dono da fazenda mora em Recife e já garantiu enviar jagunços armados para resolver à parada.
           - Esse Adriano quase me atropelou com sua moto. Colocou o pneu em minha perna e disse que ia me rolar de bala. Ele anda armado aterrorizando a gente, tem proteção da Policia Militar que foi ao e prometeu nos prender se caso não parássemos de trabalhar. O dono da Fazenda mandou um recado e disse que se os seus homens daqui não resolverem o problema, ele vai enviar reforço do Recife – acrescentou Gaúcho.
          Gaúcho conta que nem mesmo a presença da Policia Federal que segundo o produtor, esteve no local, intimidou a ação do gerente da fazenda. Dona Rosilene da Silva, outra posseira, conta que Adriano toda vez que a ver, na zona urbana, cospe em sua cara. Depois de ouvir tiros disparados por Adriano, ela e o marido voltaram para a cidade.
           - Meu marido trabalham em Santa Rosa do Purus para a gente tentar sobreviver. Não sei por que somente esse Adriano tem direito de tocar fogo nas casas se a gente não pode tocar fogo em um lixo em frente da Casa? – questiona da dona de casa.
           O caso foi registrado na Policia Civil. O ac24horas esteve em Manoel Urbano e conversou com o novo delegado que apura os fatos. Antônio Carlos confirmou que existem vários procedimentos que veem sendo adotados nas apurações dos fatos. O investigador afirmou que a grilagem é o calcanhar de aquiles do município.
          - Os casos mais complexos de investigações em Manoel Urbano estão ligados a grilagem de terras da união. A juíza vem dando ganho de causa para quem comprova com documentos que é posseiro do INCRA. Este caso específico tem minha atenção e será encaminhado para o Ministério Público – garantiu o delegado.
          Com medo de morrer, os produtores querem a presença da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Como são a maioria acima de 65 anos, eles apelam para o Conselho do Idoso de Rio Branco para ajudarem a mover processos contra o gerente da fazenda São Paulo.
           - Esse senhor Adriano não respeita a nossa idade. Vive ameaçando de morte e agindo de forma truculenta contra quem já deu de tudo pra vencer na vida. Queremos trabalhar e queremos justiça – concluiu Gaúcho.


Fonte:http://www.ac24horas.com/

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