segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Acre e Califórnia falam a mesma língua quando o assunto é crédito de carbono

Governadores Binho Marques e Arnold Schwarzenegger assinaram memorando de entendimento para possibilitar venda de crédito de carbono para a Califórnia
Ex-Governador do Acre Binho Marques,governador da Califórnia e lideranças de diversas regiões do mundo celebram parceria importante para consolidação de uma economia verde e sustentável (Foto: Sérgio Vale/Secom)
Aplaudidos de pé por uma plateia formada por lideranças ambientais, cientistas, acadêmicos e jornalistas de pelo menos 20 países. Assim foi o momento da assinatura do memorando que vai definir as regras para a comercialização de crédito de carbono entre Acre, Califórnia (EUA) e Chiapas (México).

No memorando, as partes definiram cooperações como a criação de um grupo de trabalho sub-nacional que se reunirá mensalmente entre dezembro de 2010 a outubro de 2011 para trabalhar no desenvolvimento de recomendações sobre Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD). O produto final do grupo será a recomendação para o acordo de conexão entre a Califórnia e os estados parceiros.
"Proteger as florestas do mundo é importante para combater as mudanças climáticas globais. Hoje a Califórnia se junta com dois dos mais extraordinários líderes na luta para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Com esse memorando de entendimento com Acre e Chiapas nós tomamos ação para proteger as florestas tropicais", foi o que disse o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, sobre o documento que acabara de assinar. Ele também fez questão de deixar claro que o ato abre caminho para outros estados entrarem no mercado de carbono com a Califórnia, com início previsto para 2012.
Para o governador do Acre, o dia também foi considerado histórico porque, com a participação de comunidades agroextrativistas e indígenas, o governo criou a lei de pagamento por serviços ambientais e agora foi dado outro passo importante para proteger a floresta e dar condições melhores para quem vive e cuida dela. "O que existe no Acre não é resultado do meu governo, aliás, de nenhum governo. Os demais estados da Amazônia avançam ou recuam dependendo de seus governantes. O que acontece no Acre é diferente, é resultado do que aconteceu na década de setenta quando líderes seringueiros tomaram a decisão de não aceitar o desmatamento e lutar para manter a floresta em pé. Nosso projeto não é só ambiental, ele é sócio-ambiental porque defende a vida de quem está dentro da floresta", lembrou o governador depois de assinar o memorando ressaltando que tanto o Acre como Chiapas estão em situações diferentes em ações práticas relacionadas ao meio ambiente.
O presidente da Assembleia Legislativa, Edvaldo Magalhães, participou da solenidade como uma das testemunhas do ato e, orgulhoso, lembrou que o Acre está mais uma vez enxergando à frente do seu tempo. "O Acre está novamente conectado com bandeiras mais avançadas discutidas pelo mundo, mas não deixa de estar plugado em sua realidade, reconhecendo o papel essencial do povo que vive da floresta e com a floresta", disse.

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